(imagem: estátua de Bobby Moore, jogador da seleção da Inglaterra campeã do mundo em 1966, em frente ao Estádio de Wembley - reprodução internet)
Por que os jogadores de futebol se tornam símbolos de uma nação inteira, de um time ou de uma conquista que ganha adjetivos como épica ou heroica?
Por que nossos ídolos são alçados ao posto de heróis?
Alguns criticam o fato de os jogadores ganharem tal adjetivo, muito devido a postura atual dos próprios jogadores e a mercantilização do esporte, cujas negociações alcançaram cifras estratosféricas, inimagináveis décadas atrás, quando o futebol arte era jogado por atletas simplesmente pelo amor ao esporte e ao clube.
Mas quando se pensa na esperança, no alento e na alegria proporcionada pelo futebol, em todos os cantos do planeta, mesmo nas situações mais precárias e tristes, de pobreza e fome, de guerra e incerteza, começa-se a entender o alcance de um ídolo do futebol e porque esse se torna de fato um herói.
Afinal, conseguir interromper o medo nos olhos de uma criança em um cenário de destruição, ainda que por breves momentos, quando aparece uma bola e o pequeno pode sonhar com seu ídolo não é para qualquer um, só para herói mesmo.
Conseguir que a paz seja mantida, por 90 minutos, para realização de uma partida de futebol em um país assolado por mazelas, só para herói mesmo.
Levar mensagens de paz e respeito ao mundo e de esperança e sonho mesmo diante de realidades cruéis, só para herói mesmo.
Que o digam Pelé e seu Santos que pararam a guerra civil da Nigéria há 50 anos atrás ou a seleção do Brasil que jogou o amistoso da paz no Haiti...
E que não deixemos aqueles que jogam sem amor afastar o feito de tantos outros, que merecem o título de herói. Afinal, herói não é aquele que se supera e divide virtudes e valores com o mundo, que leva o bem para os outros, independentemente do seu disfarce diário?
E é assim que o jogador deixa de ser jogador e passa a ser ídolo.
E é quando o ídolo se transforma em herói...
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